Projetos

Como consequência do processo de desmatamento e substituição de habitat, a região originalmente coberta pela Mata Atlântica tem sido reduzida a fragmentos florestais, mas muitos destes têm passado por um processo de regeneração. Aqui nos propomos a avaliar as consequências da regeneração sobre a fauna de grilos de serrapilheira florestal, um grupo de organismos restritos ao habitat de floresta. Grilos podem responder rápida e localizadamente a perturbações físicas de seu habitat. Visamos avaliar como os grilos respondem à regeneração florestal, e quais mecanismos estão envolvidos nestas respostas. Testaremos o pressuposto de que a riqueza de espécies e abundância de grilos aumenta e de que a composição de espécies é alterada com o tempo de regeneração florestal. Testaremos as hipóteses explicativas de que os mecanismos determinantes das eventuais respostas envolvem disponibilidade de recursos ou abrigo e alteração das condições ambientais. Executaremos experimentos manipulativos, no campo e no laboratório, para detectar relações causais determinantes de correlações detectadas no campo. No campo testaremos se a adição de recurso alimentar e de abrigo alteram a biodiversidade de grilos. No laboratório testaremos se temperatura e umidade do ar determinam resposta de deslocamento e consequente agregação espacial dos grilos. Serão amostradas 14 fragmentos florestais, com diferentes tempo de regeneração. Compararemos os padrões em duas regiões distintas, Viçosa - MG e Foz do Iguaçu - PR, com a meta de buscar congruências e detectar eventuais divergências. As análises serão efetuadas ajustando modelos lineares generalizados. Para avaliar eventual resposta não-linear, também ajustaremos modelos aditivos generalizados (GAM) e regressões não-lineares.