Projetos

Este subprojeto visa identificar, analisar e ampliar o conhecimento taxonômico da diversidade da fauna de Acridoidea (gafanhotos) em vários biomas do Brasil, entre eles a Amazônia, Mata Atlântica e o Pampas, aos quais os mesmos apresentam uma grande diversidade de ambientes com características físicas, climáticas, topográficas e fitogeográficas. Visto a importância do reconhecimento taxonômico dos espécimes no meio ecológico, torna-se essencial realizar coletas em diversas áreas, a fim de realizar uma avaliação mais consciente do estado de preservação e do papel desempenhado nas comunidades naturais.

O conhecimento taxonômico da Acridiofauna Neotropical é de extrema importância, assim como o levantamento faunístico da diversidade de gafanhotos em áreas consideradas endêmicas, apresentam-se prioritários e imprescindíveis para a conservação e manejo destes insetos. A cada coleta realizada será identificada uma grande diversidade de espécies de gafanhotos (Orthoptera, Caelifera), no Brasil, assim como, novos registros para as regiões do levantamento de gafanhotos, e provavelmente descrição de espécies novas, ao qual isso será possível pela ampla variedade de biomas a serem explorados durante este subprojeto.       

Metodologia de Amostragem

Busca ativa

Para os gafanhotos terrestres foi adotado o método de busca ativa, as amostragens são realizadas em dias consecutivos. Para tal usa-se uma rede de varredura (de 40 cm de diâmetro, confeccionada com tecido algodão cru em forma de funil) com golpes alternados em movimento de avanço na vegetação rasteira. Quando a coleta é com fins taxonômicos, geralmente efetua-se 50 golpes coletando-se todo o material que for possível. O método geralmente usado compreende na captura durante um período de tempo de 60 minutos de caminhada ou mais.

Busca visual

O método de busca visual para gafanhotos torna-se bastante eficiente e determinante onde os coletores necessitam serem bem ágeis para a captura. São visualizados os gafanhotos na vegetação sob folhas, folhiços ou em plantas e árvores, imediatamente são capturados e transferidos para potes plásticos contendo algodão/papel embebido de acetato de etila, servindo de câmara mortífera. Cada pote é identificado através de etiquetas e dados de coleta. Após o material é transferido para envelopes entomológicos a fim de serem preservados e para posterior identificação pela especialista do grupo.

Triagem, identificação, montagem e extração da genitália.

A triagem e a identificação são realizadas ao nível de espécie no Laboratório de Entomologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) pela Dra Kátia Matiotti. O levantamento do material está sendo qualitativo e quantitativo, considerando as áreas de vegetação fechada e aberta. Após a triagem alguns dos exemplares coletados são montados em alfinetes entomológicos, devidamente etiquetados e alguns conservados congelados no freezer, a fim, de ficarem mais maleáveis para serem examinados, extração da genitália interna e fotografados. Os exemplares serão tombados nas coleções do Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS (MCT) e no Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ).

Quando necessário, as estruturas da genitália dos machos são dissecadas para a identificação específica. Para a análise das estruturas das genitálias internas os abdomens são removidos e aquecidos em banho-maria, em solução aquosa de hidróxido de potássio (KOH)10%. Após o tratamento com KOH, as estruturas são lavadas em água quente por aproximadamente cinco a dez minutos, logo após, são tingidas para uma melhor visualização. As genitálias são analisadas em lâminas escavadas, contendo glicerina.  Posteriormente, são acondicionadas em microtubos, com glicerina e fixados no alfinete dos respectivos exemplares.